sábado, 26 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sonha, Luna, sonha!

Luna nunca foi boa com as palavras. Passou a vida, desde pequena, ouvindo de todos o quanto era articulada e direta, mas dentro dela as coisas sempre foram uma bagunça. Luna nunca acha que foi entendida, nunca se sente capaz de se fazer entendida, simplesmente porque olha por trás dos olhos castanhos e não vê nada articulado ou claro.
Luna sempre foi muito boa com as palavras dos outros. Passou a vida, desde pequena, entre livros e revistinhas, encontrando um pouco de sua bagunça dentro de cada um deles. O grande problema é que Luna fica frustrada quando, de repente, sente amor e girassóis ao mesmo tempo, vai procurar alguém que já tenha transformado isso em palavras não encontra. O paragráfo anterior é uma pena, porque Luna teria muitas coisas misturadas pra escrever, se o soubesse fazer.
Luna pensou, então, - em dias não tão bons, em noites não tão tranquilas - que precisava tentar juntar em um só lugar as tantas palavras-dos-outros que lhe arrancavam sorrisos (ou não) todos os dias e, quem sabe, um pouco das suas misturas que ela tentará transformar em palavras.
Talvez dê um jardim bonito.